sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Não se coaduna. Assédio.


 


 


Coadunar: juntar; incorporar; reunir para formar um todo;

conformar-se; combinar-se;

 (Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, p.290)

 

O tráfico já havia encerrado a campanha de renúncia e agora o mais recorrente era ouvir deles que ela não se coadunava...ela não se coadunava...

-ELA NÃO SE COADUNA! ELA NÃO SE COADUNA!

Ninguém sabia o que era isso...

Não sabia o que estava acontecendo...

Não tínhamos convivência nenhuma e não conhecíamos ninguém desse meio...não precisava entender nada de semelhante...

O assédio sexual continuava: haviam lhe descoberto...ficava sempre na sua...às vezes se cria transparente e estava muito bom assim! Imbecis não lhe perturbavam nunca e sempre era chamada como “Senhora”...Frau...vivia numa sociedade de pessoas educadas e de boas maneiras...sequer pensava em discriminação...

Agora acionava seus seguros mas eles não a conheciam mesmo! E daí? Após um tempo os assediadores tendiam a desaparecerem não-sei-como.

Sofria ataques de padres () que afirmavam cuidarem da morte...mas ela não estava morta...só estava dormindo...e chegava o tal de padre, velho, muito velho, talvez apenas encapado por carnes falsas, era um cadáver! Fazia imprecações para o diabo, chamava a morte, chamava os maus-tratos (quem sabe ela se suicidasse!); imprecava por mais furtos; lhe colocava na luxúria (morreria durante um sexo...). Passava o cuspe na sua testa e pescoço e continuava lhe praguejando e oleava os joelhos dela porque a traficante Ch* já chegaria depois dele para espancá-la porque ela se recusava a se coadunar...

Não conseguia reagir, do fundo de sua cama. Queria queimar aquele esqueleto, arrancar-lhe a cabeça, quem sabe...antes fosse um pesadelo...mas o joelho realmente estava mal e, portanto, nada sabia, com aquela baba lá no seu pescoço. Ela ressurgia rápido mesmo depois que ela retirasse o óleo com água. Quem sabe fosse um arresto aquilo? Seqüestro e língua, não sabia...E o velho terminava o tal de tratamento ofertando a hóstia-heroína para o Barra., mostrava para ela, lhe beijava na boca e depois esperava.

Parece que foi o negro vestido à la Belle que pagou.

O velho disse que estavam lhe pagando...ela mandou dizer que ele iria gastar mais do que receber...o velho não entendeu e foi embora para o cemitério...aquele cadáver...

Ela decretou e decretou, em legítima defesa, outro dia. O assédio sexual talvez fosse custar várias penas ao grupo.  Estupro então seria morta certa.

Depois do “tratamento” do padre, chegaria alguém para lhe cuidar...

Seviciada, açoitada e oleada, chegou um. Os negros resolveram que ela ficaria com eles, achavam isso uma proteção e via-se já no rosto dela algo de gorila, uma espécie de sombra...

Teria ela sido tomada de amores por um negão?

O negão queria se reproduzir e investia nisso: aparelho cincup; fertilização, inseminação; talvez ele não fosse nem precisar transar...violência não podia e ele tinha a sua mulher...mandava aplicar de tudo para lhe “curar”...

Desconjurava e o safado  se jogava ao solo. Surtava. Aquilo era terminantemente proibido e a criação de monstros e golens seria penalizada talvez com a guilhotina imediata.

Que não findassem com a saúde dela ou nem voltariam a nascer!

Tinha medo de surtos, e dessas histórias, era precavida...surto não! Parece que o pessoal era tomado por um espírito e esse espírito se jogava sobre os negros...daí eles diriam que ela mesma havia pedido...Depois da cocaína aplicada nada se sabia...portanto nenhuma tramóia teria êxito...surto não mandaria nunca!

Não se sabe se o negro se atreveu a lhe mostrar partes pudendas...mas ficou na sua frente e tentou fazer-se interessar...tivesse baixado a braguilha e estaria morto agora. A negra chegou junto para impregnar: tinha recebido ordens de lhe “perfumar”. Pretendiam também lhe passar o plástico negro para as partes...

O negão parece que já se achava seu dono.

-Ô coisa boa!

Mas nada dava certo. Nenhum acordo. Nenhum saldo a mais. Não se via mais infiltrado em nenhuma conta alheia. Arrumou-se e fora trabalhar...acionara as maquininhas e nada! Por que o pagamento não acontecia?

-Eu não quero nada com essa pobre!

-Realmente eu perdi mais do que ganhei...

-Acabou o escoamento?

-A gente não consegue mais...

-Agora mandaram vocês brocharem...o pessoal não quer...

-E se tiver havido estupro e se o Sr. tiver...(gesto) o Sr. está morto hoje mesmo!

-Não vai mais ter! Vou devolver!

Era assim: eles simplesmente sabiam quando o pessoal abria conta e logo compareciam amavelmente para “colaborarem”...era uma verdadeira fila de “sócios”! Mas a vítima já estava perfeitamente inserida...

-Quem vai ficar com esse?

-Tem mais de quinze!

Eram os sócios...dentro da conta bancária...o pobre coitado nunca tinha mas tinha ouvido falar que tinha...jurava que tivesse e o dinheiro que sua filha lhe deu? Cadê?

-Ela não se coaduna!

PetrinaDhaza, 10/12/2013 13:04:50

 

 

 

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