Coadunar: juntar; incorporar; reunir para formar um todo;
conformar-se; combinar-se;
(Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, p.290)
O tráfico já havia encerrado a campanha de renúncia e agora o mais
recorrente era ouvir deles que ela não se coadunava...ela não se coadunava...
-ELA NÃO SE COADUNA! ELA NÃO SE COADUNA!
Ninguém sabia o que era isso...
Não sabia o que estava acontecendo...
Não tínhamos convivência nenhuma e não conhecíamos ninguém desse
meio...não precisava entender nada de semelhante...
O assédio sexual continuava: haviam lhe descoberto...ficava sempre na sua...às vezes se cria transparente e
estava muito bom assim! Imbecis não lhe perturbavam nunca e sempre era chamada
como “Senhora”...Frau...vivia numa
sociedade de pessoas educadas e de boas maneiras...sequer pensava em
discriminação...
Agora acionava seus seguros mas eles não a conheciam mesmo! E daí? Após
um tempo os assediadores tendiam a desaparecerem não-sei-como.
Sofria ataques de padres (Má)
que afirmavam cuidarem da morte...mas ela não estava morta...só estava
dormindo...e chegava o tal de padre, velho, muito velho, talvez apenas encapado
por carnes falsas, era um cadáver! Fazia imprecações para o diabo, chamava a
morte, chamava os maus-tratos (quem sabe ela se suicidasse!); imprecava por
mais furtos; lhe colocava na luxúria (morreria durante um sexo...). Passava o
cuspe na sua testa e pescoço e continuava lhe praguejando e oleava os joelhos
dela porque a traficante Ch* já chegaria depois dele para espancá-la porque ela
se recusava a se coadunar...
Não conseguia reagir, do fundo de sua cama. Queria queimar aquele
esqueleto, arrancar-lhe a cabeça, quem sabe...antes fosse um pesadelo...mas o
joelho realmente estava mal e, portanto, nada sabia, com aquela baba lá no seu
pescoço. Ela ressurgia rápido mesmo depois que ela retirasse o óleo com água. Quem
sabe fosse um arresto aquilo? Seqüestro e língua, não sabia...E o velho
terminava o tal de tratamento ofertando a hóstia-heroína para o Barra.,
mostrava para ela, lhe beijava na boca e depois esperava.
Parece que foi o negro vestido à la
Belle que pagou.
O velho disse que estavam lhe pagando...ela mandou dizer que ele iria
gastar mais do que receber...o velho não entendeu e foi embora para o
cemitério...aquele cadáver...
Ela decretou e decretou, em legítima defesa, outro dia. O assédio
sexual talvez fosse custar várias penas ao grupo. Estupro então seria morta certa.
Depois do “tratamento” do padre, chegaria alguém para lhe cuidar...
Seviciada, açoitada e oleada, chegou um. Os negros resolveram que ela
ficaria com eles, achavam isso uma proteção e via-se já no rosto dela algo de
gorila, uma espécie de sombra...
Teria ela sido tomada de amores por um negão?
O negão queria se reproduzir e investia nisso: aparelho cincup; fertilização, inseminação;
talvez ele não fosse nem precisar transar...violência não podia e ele tinha a
sua mulher...mandava aplicar de tudo para lhe “curar”...
Desconjurava e o safado se
jogava ao solo. Surtava. Aquilo era terminantemente proibido e a criação de
monstros e golens seria penalizada talvez com a guilhotina imediata.
Que não findassem com a saúde dela ou nem voltariam a nascer!
Tinha medo de surtos, e dessas histórias, era precavida...surto não! Parece
que o pessoal era tomado por um espírito e esse espírito se jogava sobre os
negros...daí eles diriam que ela mesma havia pedido...Depois da cocaína
aplicada nada se sabia...portanto nenhuma tramóia teria êxito...surto não mandaria
nunca!
Não se sabe se o negro se atreveu a lhe mostrar partes pudendas...mas
ficou na sua frente e tentou fazer-se interessar...tivesse baixado a braguilha
e estaria morto agora. A negra chegou junto para impregnar: tinha recebido
ordens de lhe “perfumar”. Pretendiam também lhe passar o plástico negro para as
partes...
O negão parece que já se achava seu dono.
-Ô coisa boa!
Mas nada dava certo. Nenhum acordo. Nenhum saldo a mais. Não se via
mais infiltrado em nenhuma conta alheia. Arrumou-se e fora trabalhar...acionara
as maquininhas e nada! Por que o pagamento não acontecia?
-Eu não quero nada com essa pobre!
-Realmente eu perdi mais do que ganhei...
-Acabou o escoamento?
-A gente não consegue mais...
-Agora mandaram vocês brocharem...o pessoal não quer...
-E se tiver havido estupro e se o Sr. tiver...(gesto) o Sr. está morto
hoje mesmo!
-Não vai mais ter! Vou devolver!
Era assim: eles simplesmente sabiam quando o pessoal abria conta e
logo compareciam amavelmente para “colaborarem”...era uma verdadeira fila de
“sócios”! Mas a vítima já estava perfeitamente inserida...
-Quem vai ficar com esse?
-Tem mais de quinze!
Eram os sócios...dentro da conta bancária...o pobre coitado nunca
tinha mas tinha ouvido falar que tinha...jurava que tivesse e o dinheiro que
sua filha lhe deu? Cadê?
-Ela não se coaduna!
PetrinaDhaza, 10/12/2013 13:04:50
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