"Se todos conhecessem a intimidade sexual uns dos outros, ninguém cumprimentaria ninguém."
Nelson Rodrigues-Não tem ninguém que cuide dela?
-Tem! Vamos arrumar!
O pedido do seguro ia para a máfia...e para o hospital...
O velho inseria em algum cargo: agora tentara o de “Porca”: por conta do “sempre limpa”.
O hospital escolhia algum grupo e os convocava para “cuidá-la”, enviavam pelo buraco...os papéis: “para os Vamps”
“Eles não dormem...”
“Eles não trabalham...”
“Eles não são da Má...”
“Sofrem dependência...”
“Infernizam...”
-Como a Sra. se mantém?
-Não é da sua conta...
-Ela não trabalha...a Sra. pode expulsar...(para a mãe dela, que nem sempre era a mãe dela, mas não era surto...)
E chegava mandato...
E chegava mandato...
Todos com apelidos: Maria Raimunda, Jacinta, Petrina Iza, Zinza, Zi*...nunca acertavam ou não queriam acertar...
Cancel. Assinava.
-Assim o Sr. não vai acertar me expulsar...não sabe o meu nome...(comentava, devolvendo a folha)
E roubavam sua carteira.
E seqüestravam sua bolsa.
Era retirada no surto, com as mãos para o alto, a ocupação da Tropa de E*...estava armada... a mulher com a cara da André* Beltr* fedia...já estava vencendo...De madrugada, acordava em casa, a resistência havia expulsado a Azeda do Rio (Tha*), da sua própria residência e cama...isso aí era implicância mesmo...não havia nada de valioso no barraco...
Queria se tratar.
Terreiro invadido, sofria ataques.
Não queria ir lá...era obrigada e era maltratada. Já saía de lá sofrida, a pessoa.
O hospital discriminava. Recebiam ordens. Era só “secar” a cocaína...desintoxicar... (e não tem “etc.” os traficantes inserem terrores)
Não sabia aonde era “tratada” (no sentido médico) e iria continuar sem saber...
“Tratar" no sentido traficante significava agarrar, lamber, beijar, seviciar, passar a língua, fertilizar com a aplicação de espermatozóide, passar o óleo corrosivo do rato, inclusive no rosto (que ficava vermelho, óbvio)
E “cuidar” era arrumar namorado.
-Peça descrição do tratamento!
-Eles não vão entender...
-Pergunte ‘como’ eles vão fazer isso! São mais de três mil tratamentos pagos automaticamente pelo gov.
-Nesse aqui, de hora em hora, ela vai ser beijada (beijo molhado) no cangote; bochechas; vai ter a testa lambida e a nuca chupada...
-Páre! (O velho do bigode branco não parava)
-...não vai ter depressão...nem vontade de se matar...
-É, a gente vai estar sempre lá...pra amar, pra dar um apoio...afago...carinho...(Pret*)
-Tá tudo cancelado! Vetado! Por que não param?
-Mas o que dá depressão são vocês fazendo isso! Vocês mesmo! Eu vou chorar! Se obrigar, vai magoar...
-Alguém continua pagando...
-Vão pagar stress...
-Ela não quer! Ela não pode!
-E o tratamento pro rosto?
-“Passagem de óleo...líquido com ácaro...” Depois um beijo molhado...aplicação de saliva pra marcar...
-Ela está no “sempre limpa” (decreto)...”Sempre limpa” pra nós é isso...e tinha o “Sempre molhada” mas retiraram...
-Anulamos esses...relação de decreto com seguro...vamos anular...
- Porco é sempre limpo? Porque agora eles vão ser...me colocaram no cargo...
- Eles vão tomar sempre um banho...
- Mas na hora que ela tiver terminado vamos buscar pra olear!
- Eu achei que ela fosse...
-Cadê a iniciação?
-Não passou nada!
- Tá tudo cancelado ou o Sr. vai quebrar!
- Vamos acabar com esses seguros...são sempre pagos...
-Mas não é pago pra minha conta...
-Eu fui lá e eu disse que eu sou ela...vamos ver...
-Deu uma ameaçada...
-A gente só se abaixa (no banco, quando eles chegam)
-Não foi pra minha também...
-Estamos ainda no “sem contato físico para o momento”; no “sempre limpa” e em outros...Quem não sabe...vai chamar as lésbicas pra limparem e elas só passam a língua...
-Quando não tem nada se passa a língua...é assim....
-As lés vão se matar! Não pode!
-Ela não suporta nada disso!
Uma limpou. Surtou:
- Ah não pode isso... não pode... NÃO PODE ...NÃO PODE...E foi se contorcendo...se transtornando...tinha limpado uma vagin...no hospital...até que uma planta de crack surgiu no seu lugar...
Agonia.
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