"O cão não ladra por valentia e sim por medo" (Provérbio chinês)
Sempre foi do tipo que se muda porque não gosta de confusão.
Era tudo pelo sossego; não sabia que era seguida e rastreada.
Mister S. conhecia seus passos e julgava ser isso uma
profissão. Tinha que dar um apoio, uma assistência...pensou muito e resolveu...
Achou que ela devesse resolver questões cármicas. Ele é que
não poderia, não era parente!
Largou lá uns ossos na sua casa. Descobriu aonde ela morava.
Morava em um sobrado. No inverno, os vidros zumbiam...para
quem não estava acostumado era para assustar...mas não havia nada...era só um
vento mesmo...gelado...
Batia uma sensação macabra de repente, queria sair correndo
mas não podia: tinha contrato de locação. Já havia sofrido furto de toda
mobília uma vez, mas conseguira caçar o meliante e tivera tudo devolvido!
Jamais falara nada para que isso acontecesse...a casa era ótima para seus
intentos!
Iria descobrir o que seria aquilo, limparia e só! Dormiria
tranqüila, qualquer coisa iria para outro quarto...
Era um calafrio, de repente.
A limpeza era feita com alho. E era o que fazia. Às vezes
mudava de cama, de colchão, bagunçava com os móveis...o fantasma iria desistir
de ficar ali!
Até que entendeu, não, minto, só agora: fantasmas eram
instalados, não importava aonde...
Fora tentar comprar uma casa (é outra fase!) e uma sensação
de angústia lhe invadira. Não poderia ficar ali, parecia tudo negro de
repente...lá fora, o astral estava ótimo mas lá dentro tinha algo de perverso.
Ainda com aquelas cortinas roxas ficava pior.
Não se interessou muito pela casa, apesar dela lhe parecer
pronta para morar. Foi um alívio sair dali e respirar. As casinhas sem nada
estavam ótimas e iria adorar ficar numa maison
simples porém acolhedora e cheia de mato em derredor...
-Mudei de idéia...acho que vou preferir um sítio...a casa
pode ser mal-acabada...tudo bem...
-Volte outro dia.
Vamos ver...
A instalação dos fantasmas parecia envolver: a colocação dos
ossos talvez já emacumbados (eles poderiam falar se questionados...), num
caixão fechado ou não, (+) mais, talvez, a emanação de satélites/ máquinas
circundando o caixão...era para a pessoa saber e saber retirar a caixa/caixão
com osso de lá, com suas digitais (não era todo mundo que poderia!) e daí
providenciar algo...uma missa, uma cremação, algo assim, quem sabe...
Se a pessoa chegasse perto desse não-visto em algumas vezes
poderia ser jogada para longe...numa espécie de magnetismo contra.
Mas evidentemente que nada era visto e só tínhamos sensações.
Diziam que a instalação sumiria inteira com chips.
Não era para se abrir para a coisa mas quem escolhe casa
observa. Depois lá vinham estórias sobre cemitérios e afins.
-Vou fazer o quê? Não sei fazer nada...vamos queimar?
-Não! Vamos tirar isso!
Já tinha gente chorando. Iriam se prantear, chamar a Má...rezar o corpo se fosse um corpo...
Em outra casa, o homem não queria sair mesmo!
-Se falar, não vou fazer nada.
-O necrotério tira!
Chamaram até os Caça-fantasmas...mas não sei se conseguiram
retirar...
Cheguei a ouvir um apito uma vez. Toquei naquele espaço
refrigerado, sentia uma espécie de raio frio. Toquei no que não vi...disseram
que só derrubei.
Não sei retirar.
PetrinaDhaza, 11/12/2013 14:55:01
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