quinta-feira, 29 de outubro de 2009

ESTALINHA


"Ailleurs ce sera toujours mieux."

Rimbaud.




Deslocados somos todos

Sempre há um lugar para ocupar

Mas

Na dança da vida

Somos levados
Na luta, resistimos.
E fica sempre a sensação

do deslocamento

de tempo

de lugar

Então buscamos

porque sempre é em outro lugar

A colina.


(1a. versão em 17/05/2009. Eu não aguento copiar).


PS: Foi efeito do shampoo. Subitamente, queimara tudo. Cabelos, rostos, sorrisos começavam a se manifestar...amarelos... estupefatos. Talvez estivessem sujos (os dentes), posto que não fossem completamente inocentes e nem sinceros...Havia sempre a presença da pimenta... Ela se autodenominava com orgulho "a psicopata do shampoo": era de fabricação própria. Queria modificar todas as fórmulas. Não resistia. Via um shampoo e depois dizia que tudo se apagava em sua mente. No outro dia a vítima gritava com ódio: mais um!!!!! O último foi um (shampoo) de chocolate.
Como reação a esse texto, fui quase envenenada e sofri. Mas, na luta, resisti ao assalto dos bandidos, mesmo cercada. São meus inimigos todo aquele que apoia o tráfico, a prostituição e o crime.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

CTRL C + CRTL P: geração copy cola

"Yo no creo en las brujas,
pero que las hay,
las hay."
(Provérbio espanhol)


O chip "Controle do Imaginário" nasceu da necessidade de estuporar uma mente zoneada que se encontrava en train d'être naufragada porque surtara.
Vou contar-lhes, caros senhores: ainda formulava hipóteses.
Porque nunca estivera sequer em presídio nenhum para entender do que se tratavam tais vocábulos. Seriam conceitos? Códigos? Possuiriam sentido somente em seus respectivos contextos? Que contexto seria aquele? A se julgar pelas poucas palavras e pelo tom de voz, por vezes ameaçador, chegou a deduzir que tais conversas e mensagens seriam captadas talvez de um presídio...dirigidas a ela ou a várias pessoas... ou quem sabe, de uma clínica em que se encontravam tais "loucos": assim alguns se afirmavam, para escapar da jaula.
Era como se ouvisse rádio 24 horas por dia. Ouvia, ouvia, ouvia. Seus pais comentavam que ela emudecera. Mas apenas queria entender...
Ouviu falar que o seu chip se chamava "controle do imaginário". Seria vingança por conta de suas pesquisas? Sim, há alguns anos atrás fizera pesquisas sobre o imaginário amazônico...mas ainda hoje escutara que tal chip se relacionava com o controle de algo pernicioso... se for isso mesmo, por ela, a praga seria logo dominada. Mas se fosse fácil assim...
No sonho tudo é possível. Sonhava bastante.
Fazia algum tempo que se reprimia. Não se sentia bem. Esperavam que escrevesse.
Narcisa copiaria.
Requenguela copiaria.
Outras repetiriam em alto e bom som o que ela estava pensando, ainda elaborando.
Merde mère olharia. E aprovaria?
Merde fille (todas da família O.) estaria tentando encontrar respostas no computador. Encontrava-se talvez na tal da clínica. Tinha surtado - ouvira em um dos chips. Sua crise: teria ela nascido de um ovo quente? Ou de um chocadeira? Sua imagem no espelho quebrado não lhe devolveria tudo que investira na construção de sua personagem. Tinha voz arrogante e e mesmo quando usava a máquina simuladora de vozes, era reconhecida, porque seu tom era reconhecido e não conhecia aquelas pessoas pessoalmente. Desmascarar era fácil: era só dar atenção aos detalhes.
Certo dia as vozes reclamavam: parece que estavam todos alquebrados, além de quebrados. Moi aussi.
Chá de alho.
"Não é bom. Entope o nariz".
"Depende."
"Alho de viciado eu não quero. Vou comprar um extra-forte e verdadeiro." (Essa sou eu)
E escutava de tudo naquela espécie de rádio ligado 24 horas.
"Qual o seu chip?" - perguntavam.
"Ah, o meu é erótico. Fico escutando gravações o dia inteiro de alguém que me manda fazer sexo..."
Certo dia pensei que tinha um desses na cabeça. Resolvi sugerir:
"Mas você pode usar o toilette mesmo ninguém vai se incomodar..."
"No meu eu escuto aula de língua estrangeira, o francês..."
"Mas como?! Você já não fez seis anos de língua? Não conhece o francês?"
Resolveu filosofar. Não queria se sentir burra, porque desempregada. Parece que ficavam lhe repetindo e então escutara repetidas vezes:
"Tá com defeito esse chip, ele faz perguntas toda hora, se tal frase é mesmo francês ou não...ele tem dúvidas, muda palavras... questiona...EU QUERO TROCAR!"
Começar do início é bom:
"Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?"
"Qual era a cor do cavalo branco de Napoleão?"
"Qual o seu nome, Patrícia?"
"Mas surtar é o quê?"
"Mas o que é parar de subverter? O que é subverter?"
(Recebera mensagem certa vez acompanhada de um certo tom terrorista: tinha que parar de subverter!!! Era a própria.)
Parecia até esquizofrenia. Mas não era. Não aceitava ordens. Preferia tentar dar as ordens. Só para testar a sua teoria. Ora, queria saber se era a tal da doença...
"Por que você não se suicida?"
"Vá primeiro que eu vou depois!"
"Eu quero que você escreva, surte, para depois a gente copiar!!!"
"Mãe, a gente não consegue nem plagiar mais..."
"Ah, vá para a..."
"Vamos juntos, Senhor!"
No seu ponto de vista de cientista social, acredita que o campo da subversão no momento está confuso, ou seja, até a presente data, o que tem observado é que seus agentes parecem pensar (sic!) em modificar as estruturas ao promoverem ações, tais como: furtos, roubos, tráfico (outro dia conto como), prostituição, e ainda planejando ações mortíferas a terceiros (esses que não) e, ainda, agindo no sentido de aplicarem golpes aos ditos bem colocados - considerados lendas em seus setores de trabalho.
Estudam com cuidado a vítima. Invadem o que for possível: computadores, casas, armários, vestidos: querem subverter. Importa mesmo é que o lucro venha. Não têm ética nenhuma. Não existe neles a noção do que é certo e do que é errado.
A profa. que havia se identificado como chilena em Congresso na Argentina, subitamente resolve ser outra e se apresenta como Chefe de um Orgão vital no Brasil com outro curriculum de alguém que ela julgava desaparecida.
"Então é melhor intimidá-la" - diz la Merde mère.
Mas mesmo a população encontra-se em crise e já se recusam à obediência cega.
"Era para intimidar." - diz um ambulante.
"Eu não, eu tô é com pena dela!"
Achou que isso tudo lhe soava muito como um telemarketing. Por falta de oportunidades havia trabalhado em uma empresa por exatos três meses e não suportaria mais do que isso.
Por conta disso, um de seus quatro chips deveria ser de telemarketing. Era chato, cansativo e toda objeção colocada pelo "cliente" (eu) era logo combatida. A tal Dama deveria ser oriunda do telemarketing... deve ter feito escuta em vários colegas e não prestou muita atenção que a reunião era sobre a reforma agrária e não era sobre o desaparecimento de vários intelectuais das Universidades brasileiras...
Desse modo, deve ter sido assim que ouvira falar da tal "Política de ocupação"...
"Sabe o que foi? Não fui à reunião... eu estava de Chilena lá na Argentina...depois fui para Bariloche...depois eu não sei mais o que aconteceu..."
Nem pensou duas vezes (ela): mandou fazer identidade nova.
Começou a mandar na casa. Decidiu controlar e organizar: achou que eram todos dementes.
"Não podemos aperfeiçoar esses chips?"
"Tem gente que é demente mesmo."
"Não subvertem nada..."
"É melhor colocar para ver se eles melhoram..."
"Assim: gente travada? Sexo."
"Mudinhos: o do bate-papo."
"Aqueles que não fazem nada: tem que subverter! Faz assim: promessas o dia inteiro, provocação, quem sabe no final do dia eles não vão subverter?"
Meu chip, assim concluo até agora, é de Brasília: portanto eu não acredito em nada.
Que fazer?