terça-feira, 20 de novembro de 2012

Ataque: Surtos provocados



"Eu estava cheirando as flores do jardim, e quando me levantei respirei fundo e o sangue todo correu para meu cérebro e acordei caído de costas no gramado. Aparentemente, tinha desmaiado, ou morrido, por cerca de sessenta segundos. Meu vizinho me viu, mas pensou que eu, simplesmente, tinha me atirado de repente no gramado para aproveitar o sol. Durante aquele atemporal momento de inconsciência eu vi a 'eternidade' da minha repentina e urgente percepção, enquanto voltava a mim, de que eu tinha simplesmente. estado naquele local de onde tudo veio e para onde tudo estava voltando...Enquanto recuperava a consciência lamentei ter um corpo e uma mente, percebendo de repente que eu não tinha sequer um corpo e uma mente, e nada acontecera jamais e tudo está bem para sempre e sempre e mais sempre. Ah! Obrigado obrigado obrigado
Este é o primeiro ensinamento da eternidade dourada.
O segundo ensinamento da eternidade dourada é de que jamais houve um primeiro ensinamento da eternidade dourada. Não resta dúvida."
(The Dharma Barns, Jack Kerouac)

O pessoal até que queria ir para o hospital psiquiátrico já que os dementes não estavam lá.
Era a Idade Média: não poderiam rir. Como eu andava séria demais, não seria internada nunca. Mas não sei de onde havia surgido esse amor dos traficantes para comigo...
Iria me esforçar para tratá-los como “amor”...”amor isso...amor aquilo...” Não suportariam os bons tratos e se afastariam...mas não consigo...pedi fuzilamento para eles (esses vamps já morreram mesmo...)mas  fui levada eu mesma para o fuzilamento ...
Seriam os tais “surtos” que pediriam tratamento do  tráfico? A Pó de cocaína se declarava:
-Sou eu a lésbica. Não conheço essa menina...(in french).
Infernizava o Chasseu*, se dizia casada com ele e o procurava , chegava não importava aonde. Quando a pessoa acordava: constrangimento.  Não tinha nada com o Chasseu*...e os árabes achavam que fosse casal separado...Felizmente, ele era civilizado.
Até que a Pó...entendeu que não era aquele corpo que a conhecia...
A pessoa teve que declarar “mesmo que o surto diga sim! É não!”
E os créditos aconteciam e a tal de Chapo zerava, com aquele sinal de menos do lado do saldo...
-C’est moi La lesbienne...tu peux te profiter! C’est permis! (Sou a lésbica...pode se aproveitar...É permitido!)
A louca gargalhava. (Estava numa cama de hospital.)
E Chapo não mandava mais nada...só esvaziava...Mas eis que surgiu outro problema:
Ela resolveu se vingar.
Resolveu cair em vários corpos/pessoas. Caiu assim na primeira e impediu retirada...era urgentíssima e ela protestou:
-Pas permis!
Vários socorros foram embora e ela largou a pessoa lá, envenenada; com problemas.
-Por que não fizeram nada? (perguntou a pessoa já acordada)
E teve que declarar, dessa forma, adendo:
-Mesmo que o surto diga “não”, é “sim”!
“Os socorros médicos são socorros, não importa quem...não pode deixar a pessoa com problemas! Aquele que socorreu vai receber!”
A ... era tão sacana que esperava que a pessoa estivesse limpa:
 -Maintenant, tu peux arriver pour la passer un huile...(agora, tu podes chegar e passar um óleo...)
-Et mon bisoux?  (“E meu beijo?” - pedia a imbecil.)
-Tu peux... me passer la langue...faire un abus...(tu podes... me passar a língua...praticar um abuso...)
Era isso que contavam...Mas o negócio era provocado por (talvez): pelo ‘telefone’ – espécie de aparelho com crack/verde colocado no canal do estômago...a pessoa desmaiava...e, de longe, uma pessoa (do tráfico) falava ao telefone...e pilotava a fala da desmaiada...essa, abria a boca e reproduzia a fala involuntariamente. Acordava já com problemas...
Pela aplicação de cocaína emacumbada nos joelhos; a chegada do ‘espírito’ era imediata:
-Je ne te connais pas...qu’est-ce que tu fais là? (Não te conheço...que fazes aqui? Assustada, para o parente!)
Tratava mal os conhecidos (ouvi falar) e puxava o saco dos traficantes (a quem a pessoa/corpo odiava)
Procuravam Cha. Para os traficantes Cha era a colega, e o surto era a própria pessoa, acordada.
O outro emprego oferecido (somente se a pessoa estivesse sob surto) era o de martelar sapatos...
O pessoal não tinha entendido que esse sacrifício todo era desnecessário.
Inclusive Pó...trabalhava mandando na Central do Cofre...fazia pagamentos, transferências...
Horrorizava...desprezava...(a nós, é claro). Era uma esnobe!
Pela infernização de um aparelho na cabeça. Este, quando manipulado, liberava substância tóxica para o cérebro e a pessoa surtava.
Por isso, o pessoal não era interditado (pelas leis, se o surto é provocado, ele não é um surto verdadeiro) ou conseguiriam (se quisessem) derrubar isso porque se tratava de um ataque. Mas tinha gente que lucraria com isso e, portanto, não fariam nada com o apelidamento e conseqüente interdição.
Chapo agora estava furiosa com a pobreza...não tinha nada para entregar para a Má...se vingou até da menina...não a deixava repousar...essa chegava em casa sujada, com uma espécie de verniz ou bombons, ou talvez tivessem lhe lambido a testa...numa espécie de cumprimento de decaídos...a pessoa se lavava, passava uma água na testa, quando acordava, insônia...enfurecia-se. A ...visitou quem não devia...deixou o corpo sofrer ataques de chips para enferidar a parte interna das coxas...foi ofertada e foi ofertada, a pessoa. Pediu óleo do rato (sob surto)...passou novamente espécie de verniz nas costas e no rosto do corpo tomado...parece que tinha arrumado um emprego...o surto trabalhava e sujava...trabalhava e sujava...Achavam melhor...o corpo era qualificado mas o surto; não. Quem iria receber?    
Era só não acionar o surto. E isso não ocorreria mais.











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