sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

EU NÃO SOU SUA!


"Só
Nem ao menos Deus por perto
Mil idéias brilham
Mas não molham meu deserto
E já faz tempo
Que eu escuto ladainhas
As minhas, as ondas do verão

..."

(Baladas, Nei Lisboa)

O velho, que cuidava de presidiários e de putas, investigou, perturbou, espionou e descobriu em alguns laços de dependência. Agora estavam na Vila. Haviam voltado. Resolveu dizer, assim, cinicamente, que eles não se esforçavam para mudar isso...
(Se procurado...)
Talvez quisesse convencer a pessoa já de seus defeitos...encargá-la...
Ele sabia que não era verdade...mas re-colocar era o que lhe pediam...passava o papo mesmo...ele mesmo cercava, assediava, trancava, infernizava e quando ameaçavam fazer algo, ele sempre estava no encalço, enviava, isto é, “designava” alguém para saber ainda mais; marcar em cima, quem sabe em três para um, a máfia tinha que cobrir...haviam pedido...
Ele era procurado bastante por um pessoal que queria emprego. Queriam mudar a situação.
Mas tinha que decair. Fazer decair. Emprego tinha, desde que a pessoa entrasse...
Nas relações pessoais, ele não queria deixar ninguém sozinho...havia criado casamentos estranhos...não se sabe porque havia sacramentado a imaginação...quando um de seus “protegidos” (perseguidos) arrumava alguém fosse um amigo, colega, paquera, ou mesmo algum parceiro, ele logo enviava alguém ou acionava vários no sentido de separar logo o casal...
- Criamos casais de vários tipos...
O coleguismo  era normal...mas ele afirmava:
-Não é do nosso meio...tem que separar! Vais lá infernizar?
O stress era plantado. Não aceitávamos tal. Diziam que faziam isso com os Nobéis.  A pessoa da máfia  sempre chegava sorridente, simpática e por acaso, criava assim amizade.  Mas não era por acaso. Para um desavisado seria o fim! Não desconfiavam; sofriam. Não viam isso como tramóia máfia. A amizade se desenvolvia e a pessoa sofria algum tipo de traição no caminho. Era esse o roteiro. Correto e certo. Tinha gente que se sentia engolida...a pessoa ia envolvendo e depois nos reduzindo...eram ordens...
Mas existiam também relações normais...não desenvolvemos a paranóia...
(Teve gente que disse que não!)
-Em relação a essa menina eu percebi que teria que ser pelas costas! (Velho)
Daí não tinha mais nada de normal...adiamos essa investigação....o velho chegava a se mudar para ir atrás....era ignorado. Tínhamos prioridades...
Ele sempre conseguia espionar.
Ele nunca conseguia me incluir.
Insistia no apelidamento.
Observava, observava e nada.
Aonde iria entrar? Aonde seria incluída?
O assédio moral sempre foi constante. A tramóia amizade-traição, também. Preferi o isolamento. Mas dizem que fui colocada nesse verbete. Tive sorte, o isolamento convinha-me mais.
Resolveu perseguir o pessoal (também) pelo mapa astral. Dessa forma, acabei por ser lida como alguém que é louca por mulheres, negros e sexo anal...laços bizarros foram criados – tinha certeza mesmo! Quando descobria uma paquera da pessoa enviava recados tais como:
- E o marido? Largou o marido negro e o filho no Pará...
Investia na difamação.
Nunca conseguiu me angariar.
Não sou do meio dele – é simples.
Ele diz que não tem querer.
Respondo:
-Não sou sua!

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