os orgãos sexuais estavam todos cobertos!
Ou vestidos: "c'était pour s'habiller..."
- Eles só queriam fazer assim..."
(C.S.I)
Quando eles não têm mais nada, se sentem encurralados - alguém conseguiu se comunicar - estão fechando as coisas, todo mundo foi demitido, não tem mais pagamento automático...não recebem mais por "tratamentos"... se viram fechados, com lugares encerrados, sem caminho, todos os vetos devolvidos, percebem então que não tem mais saída...não vai dar...tem que pagar de tudo...tudo é mais de mil e quinhentos...não veio mais nada e o pessoal inferniza:
Eles mostram a língua.
Para utilizarem a língua é rapidinho: acham que essa é a solução. Que desespero! Quem sabe? Vão achar um lugar? Vão retomar a antiga vida?
Será que estamos detonando?
Naquela tarde, estava sozinho, não havia liberado nada, nem deliberado. As bombas estavam todas escondidas, havia algo mais no fundo da sala, ninguém ligava, tinha de alta, média e baixa percussão...não conseguia decidir...o que faria? Aonde iria explodir primeiro? Deixava o vento bater no seu rosto, mas era aquela calmaria...estava distante...na praia...esvaziaria a cidade? Isso funcionava antigamente...hoje em dia...para esvaziar uma cidade...custava...ficaria fatigado...não sabia...o patrimônio...o patrimônio seria reconstruído...guardaria os moldes...aquele prédio...aquele prédio já era visto em ruínas...há pessoas que pensam visitar o futuro...estava no sal! Demolido! Ninguém poderia estacionar lá...Não queria saber de histórias...os espíritos que fossem se reunir nas encruzas!
Havia sido obrigado. Fora levado até lá e seria iniciado: chegara amarrado, em seguida fora jogado numa espécie de calabouço...trancafiado...fora apresentado às substâncias:
- Esse aqui é o sal, esse líquido doce aqui é a hero, tem tabaco! Tem o pó branco puro; é só se aproveitar...e se quiser se masturbar, pode!O importante é renunciar! A água é a hero!
-Eu vou ficar aqui perto! (avisou o guarda)
O outro se retirou. Mas parece que murmurou ainda alguma coisa.
Acordou. Já estava desamarrado.
Não quis saber direito o que era aquilo. Queria explodir tudo, sei lá. Mas olhou o telhado: não tinha saída, olhou para os lados e nada! Calma! Cabeça fria!
Então disse "não" para cada coisa:
- Não, eu te odeio!
-Não, eu te odeio!
-Não, eu te odeio!
E agora? Não era dessas pessoas que cortasse a cartilagem do nariz...Descobriu que tinha mais gente ao lado, o mau odor era insuportável...dava náuseas...sentia tonturas...conseguiu...no toque-toque...alguma comunicação...era um treinado...chamou o guarda...nada! Cadê o guarda?
E, finalmente, por obra da astúcia ou mesmo pela tensão, as paredes foram todas destroçadas, ninguém saiu sujado da história.
Ninguém renunciou.
Agora não sabia direito aonde estava. Iria almoçar. Na praia, não havia nenhum rastro daquela guerra. Um grupo pequeno jogava dominó em um bar simples. O cachorro dormia.
A Caldeirada já estava pronta. Mas o homem falava só em Paella.

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