De ver os meus olhos no espelho
Chorei por ter despedaçado
As flores que estão no canteiro
Os punhos e os pulsos cortados
E o resto do meu corpo inteiro
Há flores cobrindo o telhado
E embaixo do meu travesseiro
Há flores por todos os lados
Há flores em tudo que eu vejo
A dor vai curar essas lástimas
O soro tem gosto de lágrimas
As flores têm cheiro de morte
A dor vai fechar esses cortes
Flores
Flores
As flores de plástico não morrem..."
(Titãs in Flores)
“Arrumei uma sala para eles e eles dormem em caixões...eles me procuraram e eu tinha que assistir...”- contou-me.
A máfia salvava: uma salvação era entrar para o grupo dito: “vamp”. Ele atraía pessoas dependentes; eles queriam continuar dependentes...outros diziam procurar emprego....mas depois confessavam que não...
-Quero sugar seu sangue até a última gota! (dizia Mi)
Quando pressionados contavam-lhe a verdade: queriam sugar a pessoa até o fim...deixá-la cansada...
O escravismo era trabalhado lentamente sempre em nome de alguém e, com isso, a pessoa enfraquecida entrava cada vez mais para esse soturno mundo:
O dos morcegos. Nem todo morcego se viciava, mas alguns eram “tratados” sempre em nome de alguém. A pessoa, com o tempo, se tornaria: alguém que só sai de noite de casa; macabro; tiraria partido de algo; seria um explorador...
O velho pedia para os dependentes acariciarem um morcego...falando-lhes o que fosse indicado. Depois eles teriam que comparecer às reuniões, ou seja, iriam morcegar e se aconselhar.
Em tese, a pessoa também renasceria morcego e um morcego voltaria como pessoa...os morcegos sempre sofriam dependências ou criavam dependências:
-Tem que vir aqui me ver...
Era essa a fraqueza.
Um sinal sonava. A reunião acontecia: simplesmente eles compareciam ao chamado todos trajados de capas vermelha e preta, dentes pontiagudos e ficavam bailando, balançando os braços.
Era esse o culto. Foram morcegar.
Ficaram com raiva da descrição miúda, eu já sei, provaram infernizar no morcegar.
(Sacudi caixões para me vingar...)
O que vou fazer para me livrar? Entenderam, roubando textos, que eu seria uma dependente...
-Por aqui não informamos nada. No Brasil, todo mundo está sempre em perigo... (resposta diante da pergunta, "quem lhe sustenta?")
(Não vamos para o diabo...o velho assedia dependentes..nem todo mundo quer morcegar...)
-O Sr. está enganado...
-Nunca podemos informar...
-Eu vou rezar um Pai-Nosso pelo Sr...
Nenhum comentário:
Postar um comentário