terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Não me arranque os olhos.

"Je dis ce que je vois
Ce que je sais
Ce qui est vrai."
(Gabriel Andisi)

Não me arranque os olhos. Isso doeu.
Começou realmente na infância, esse ataque. Primeiro foi a miopia. Nadava, nadava, nadava...e cronometrava tudo...não pelo relógio de pulso, pelo grande que ficava mais distante...Era essa a rotina, mesmo à noite ele era fácil de ser lido, esse cronômetro.
De repente, não mais...
Não via mais. Não conseguia mais lê-lo. Então pedia sempre o tempo. Odiou aquilo: começara já com um grau em cada olho. O primeiro óculos também era algo de ridículo, pesava muito e eis-nos aqui.
(Pronto. Explodi uma máquina de apagamento da memória!)

Não é questão de se lembrar da água, do quanto nós somos limpos, do tempo, do cloro, da imersão na piscina que fora relativamente longa...
Importa lembrar que tudo isso é falso.
Soube agora que fui sequestrada do clube e voltara míope:
1,00 grau: "não é para descobrir; mas a pessoa não incomoda"
1,50 graus:  "ela continua a não nos incomodar mas tem que subir (a miopia) é normal..."
Colocado o aparelho entre os olhos (ou a instalação, na sua cabeça, o conjunto) paulatinamente criam-se tais problemas para os olhos...mas os graus sempre (de ano em ano, no meu caso) aumentam...tem leitura. Porque doido é doido. Não...isto é... tem muito bolso no jogo...e a pessoa não podia descobrir!
Era o Lucy! Era a Escola que subvertia! - Dizem alguns...(estudei nessas escolas. Vão contestar?)
De 1,50 passei para 1,75 em cada olho. Leitura: a pessoa não incomoda. Depois estacionamos, nem me lembro direito: estou em 3,00 e 2,75. E agora?
- Elle me dérange cette fille! (mãe da Gri.)
-Ce sont les écrivains - são os escritores - "Ils ne font rien!"
(Tem glossário da "Má" de novo...)
Mas parece que os graus adquiridos pelos míopes têm a ver com a subversão cometida e com a profissão exercida ou ainda a ser exercida...O negócio era que a gente não podia ver...nem saber...
Cá estamos.
Fui xingada. Chamaram-me de "cegueta". Eu tinha que descobrir, saber. Tarde demais: não adianta mais o Janacura repuxar os meus olhos para lá e para cá...para que eu desista, renuncie...não adianta modificar minha visão com a colocação numa espécie de robô! Explico: o aparelho fica atrás da cabeça; de repente, vimos outras pessoas no lugar de outros...
Andei olhando realmente fazer o quê? Foi involuntário. Fui levada, sequestrada, não teve método, não me deixavam falar...ia dizer que não era eu...eu não queria saber! Não em tudo, claro, somos ficcionais...
Não adianta enfim levar-me para fazer exame; revirar meus olhos e devolver-me para casa. Ainda quer pagamento?
Agora já vimos o pessoal pelado.  
Já era.
Demolimos?
Todavia somos míopes.
Não vemos nada mesmo. Somos uma toupeira.
 

Nenhum comentário: