sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A FORMAÇÃO DOS MENTIROSOS


Assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda a nossa vida.
Mahatma Gandhi

Fomos perseguidos e a Igreja (facção “Má”) nos cobrava e queriam entender se nós mentíamos ou não...fomos seqüestrados para o confessionário...fomos encaminhados...
Na máfia, queriam nos dar um cargo: o  de cabeção...
Quem aceita o “cabeção” não consegue mais falar a verdade...ganha-se uma espécie de demência...não podem falar a verdade mesmo...
Simplesmente, os ficcionistas não sofrem de demência, eles são qualificados, não carregam o defeito da mentira...ao menos da minha parte...prefiro ficar à vontade para escrever...
Queriam também entender...ficávamos mentindo...quando estávamos mentindo?
...
-Ela é instruída? – perguntou uma da Belle...
Respondi:
-Levei cinco anos para me instruir...depois mais quase três anos...depois mais cinco anos...depois...vamos calcular...sou da área...não tem essa de ser apelidada ou xingada como “mentirosa”...isso é qualificação...não é defeito...
-E não se perde a qualificação? Perguntou a perrime...
-Não... não pode...
-Nos Estados é assim...
-Não sei...não conheço...
-Pelas leis, não. Vamos supor...Eu sou bailarina, provei uma vez. Ganhei. Quando eu chegar na velhice com esse pé endurecido cheio dos trecos e não dançar mais...vou continuar com a qualificação...o  mesmo vale para outras qualificações...
-A Sra. quer entender tem que ir estudar...
-Soube que os colegas passaram no Vestibular...1230 aprovados...
-Não foi a gente que fez prova...
-Mas agora vão estudar...vão se instruir por cinco anos no Curso de Letras, por exemplo, daí que vocês vão entender porque nós não somos mentirosos...
-A gente não quer! (Nega tribufu)
-Mas são  os nomes de vocês que estão lá...
-Mas a gente não quer...(Nega tribufu)
-Como vocês vão sair dessa? O professor vai exigir...
-A gente troca o professor...(Nega tribufu)
-E a freqüência?
-Vou mandar outra no meu lugar...vou chamar o verdadeiro...(Nega tribufu)
-Escreve aí...alguma coisa...uma redação...
-Não...não suporto! (Nega tribufu)
- Eu quero sumir e não pode! Vou sair correndo... não suporto!!! (outro hermaf.)
-Não pode sumir...vão dizer que a gente não estuda...a gente lutou...(Comenta a baixotinha fazendo semblant de professora...só na usurpação...)
-Mas eu vou sumir! (Nega tribufu)
...
-Olha, minha Senhora, eu vim aqui...renunciar à vaga...porque a gente não quer...O professor exigiu e exigiu...
-Deixa eles estudarem...a gente pega só o título...
...
A aluna chegava, aprendia, assinava a freqüência até a metade do seu nome e depois a folha era puxada ferozmente por um agressivo...não se sabia se era um professor ou um aluno...ela havia passado no vestibular...fizera todo o curso...os registros estavam só a metade corretos e a outra metade era da golpista...em outros cursos o registro estava todo equivocado...mas o diploma expedido teria sido aprovado? Como continha erros os diplomas não foram aprovados...nunca se viu aquela pessoa no curso e ela não conseguia comprovar nenhum conhecimento...via-se aquela  que havia passado mesmo no Vestibular...vale lembrar que o listão do vestibular fora criado...era falsificado...não condizia com o resultado verdadeiro...
Os cursos eram noturnos...pessoas que estavam dormindo conseguiam mesmo assim freqüentá-los. Mas resolver essas pendências elas não conseguiam...
Era chamada em emergências: pertencia à classe médica, fazia parte da indústria farmacêutica; fazia parte da indústria automobilística; da indústria de armamentos; da indústria alimentícia; do mundo da construção civil; da informática; era também da física...fazia anos que não repousava o esqueleto bem...felizmente combateu o problema dos batimentos cardíacos lentos se mexendo à noite...era simplesmente um parafuso colocado abaixo das axilas, chips e placas colocados no peito. Era esse o pretexto. Tinha que se mexer. Não iria ficar zanzando sem fazer nada...
Eles só observavam. Colhiam as glórias. Faziam todos os registros e eram tidos por experts e por fabricantes de diversas áreas. Eram os “associados”...
Era assim. Não cultuavam os estudos. Não queriam. Faziam algo? Não sei... Não queriam esforços...
-Eu? Me esforçar? (perguntava “Nega tribufu”)
-Chama aí a idiota!
-É uma nerd essa menina...
Assim, a  laranja sempre comparecia.
...
Resolvemos entre nós que os hermafroditas não poderiam mentir...eles se perderiam na conversa...sofreriam processos...não poderiam, enfim.
-Nós estamos apenas trabalhando...vocês vão entender...mas a gente não gosta. Somos obrigados (Laranjas).

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