Nenhuma herança é tão rica quanto a honestidade.
William ShakespeareEnterraram-me simbolicamente no Japão, na Itália. Encomendaram-me para as bruxas. Embora eu não tenha afinidade. Sentenciaram-me. Jogaram-me água benta. Fizeram-me um sinal da cruz na testa. Vi o meu boneco embalsamado não-sei-aonde. Eu teria morrido e estaria embalsamada.
Fui Nobel na infância.
Fui também enterrada viva nos Estados, pela dama do Cincup. Ela disse que era cena e que ela fazia enterros para o cinema...Cadê o contrato?
Ele era feito sempre à nossa revelia. Nunca tínhamos querer! O pagamento chovia não sabíamos como.
Outras lápides com o meu nome foram encontradas. Como em Manaus, no Amazonas.
O golpe da morte era também dado para esconder saldos que caíam em nossas contas bancárias. Sempre que descobriam que eu havia recebido um a mais, provocavam a queda das páginas brancas (no saldo) com a esperança de que um dia iriam se apropriar daquilo. Achei que sacudissem mesmo meu coração até que eu desfalecesse e caísse no hospital...mas não...parece que o negócio era só um botão mesmo...
Apresentavam-se como herdeiros do legado, escreviam cartas...parecia mesmo uma piada! Provavam com cenas de robôs uma pretensa relação entre eu e o tal de “herdeiro”. Simplesmente queriam minha conta!
(Eu estava atrás de uma conta minha, pedia uma “limpa”...)
Talvez ouvissem conversas. Entenderam o quê?
Estava desacordada no hospital. Tudo paralisado. Envenenada. Um efeito de máquina impedia a circulação sangüínea.
Um grupo foi abrir testamento.
-Não tem nada.
Estavam desinformados.
O procedimento era outro. Já que era assim... eles teriam 24 horas para sanar as dívidas da morta. Teriam herdado dívidas! Conforme as leis...
-Essa menina...não tem nada...
Pressionaram.
-Não...ela não morreu...
-Ela mesma vai fazer isso!
-Ela se vira!
-Ela não morreu!
-Mas a senhora se apresentou como herdeira dela...(gerente)
-O quê?! (olhando papel...eram as dívidas...)
-J’ai rien avec ça!
-Elle se débrouille!!!
Ser pobre ou revelar-se como pobre endividado era um problema: o crack na bunda era para quem estava na falência...
-Ele tem que findar...
-Ele vai fazer o quê?
Subir no salto era outro problema. Dava nisso: resultava em “liberação”; veneno.
Estava em vários ataques. Iria fazer o quê?
-NADA.
Nada era ataque para a língua...
- Não!
- Não!
Nenhum comentário:
Postar um comentário