terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Ataque: queda no óleo.

"Abuso sexual é a denominação vulgar e legal para designar uma série de práticas sexuais onde há o desvirtuamento de alguns pressupostos necessários para sua ocorrência, tais como a falta de consentimento, ou uso da violência, física ou moral. O abuso sexual interessa ao Direito, pois configura crime, e ainda à Psicologia e Psiquiatria, como potencial causador de traumas emocionais" (Wikipédia).

Foi jogado. Estava na sua casa, limpíssimo depois do álcool (ducha); e, de repente, fora jogado. Sentiu a queda. Era aquela náusea.
Mãos lhe apalpavam. Mãos não lhe obedeciam. Ele achou que gritasse mais e mais. Mas ninguém lhe ouvia. Só podia ser um pesadelo! As mãos não eram queridas e escorregavam para todo tipo de parte e até nas partes mais íntimas iam tais mãos Pareciam multiplicados talvez tivessem cornos roncassem fossem gordurosos demais sei lá. De fato eram esquisitos, pele muito frágil...alguém chegou dizendo:
- Não tem querer! (ria sadicamente, com uma garrafa na mão, de óleo)
- Não tem direito não! (confirmava um outro)
Não dava para notar muito queria escapar queria escapar dali e ainda se via escapar mas era só a vontade... As mãos já estavam lá (aonde não se deve). Desmaiaram-lhe. Via-se que outros lhe seguravam pelos braços e outro portava um aparelho para não mais lhe deixar gritar:
"Senão eles não iriam conseguir!"- comentaram.
Bateram no seu traseiro e lhe disseram:
-Prontinho.
Ele não conseguia se expressar. Levaram-no para o pagamento. Não conseguia compreender como eles haviam se resolvido a respeito. Confabularam.
Despertou-se chocado. Tinha sido devolvido. Estava todo oleado. Odiava. Recusava isso das profundas. Era enervante. Por que seria?

II

"-Nós somos de mundos diferentes...(pegando na mão, a Mit. ensinou)
-Nâo vai dar pra tratar...
-É...(paralisado)
-Tem que pagar..."
(da "cena roubada")

Essa insistência em se passar óleo em alguém era realmente mórbida. Parecia um engano, endereço trocado, apelidamento indevido, mas não; era a pessoa mesmo a vítima. Esse óleo realmente deixava a pele muito macia, mas continha algo de fato não- aceitável; substância proibida há tempos. O Velho da roupa colorida havia recebido aquela indicação daquela pessoa; ela não poderia ser trocada. Havia sido bem pago para "tratar bem"...A princípio achou que havia sido colocada no tráfico, ao portar o pó contra a sua vontade...a pele ressecaria e com isso o "procedimento" seria realizado.
Os hermafroditas chegavam a clamar pelo tratamento com óleo, se desesperavam, caso estivessem secos. As partes não poderiam ressecar; o corpo também não. Diziam que o tráfico não matava; tratava. Mas tinha outra questão. Entrou para a sociedade, ela seria imediatamente ofertada. Porém nunca havia entrado. Tinham-lhe colocado. Passavam-lhe insistentemente o tal do óleo na boca, e então parecera que estava mesmo no ofertório. Depois de um tempo em que esse homem passou a ofertar partes da pessoa a oleando sempre, o grupo esperava uma resposta de tais demandas:
- Senhor, acabou o prazo!
- Ela não vai?!
A associação do óleo com um grupo de decaídos estava dada. Mas era pior do que isso. Diziam que o óleo era usado para conservar. Eles sentiam as carnes caírem mas quando usavam o óleo se sentiam recompostos. Poderiam continuar. Não...já sabiam que estavam em vias de.
-O nosso prazo está acabando mesmo - confidenciavam.
Se apresentavam como "mais velhos"..."bem mais velhos..." juravam que eu havia fugido; que eu era isso, aquilo; era como eles...havia sido expulsa...queriam voltar...na outra, foram tidos como presidiários...se arrumavam...já iam...e nada...nada acontecia...ninguém orientava...ninguém sabia de nada...
-Ela não sabe? Ela não sabe que ela está numa con.? - comentou a oleada que iria se encontrar...
E se passavam sempre o tal do óleo...
A substância que conservava esses antigos com aquela pele era de fato a pele do rato.
Era esse o segredo.

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