quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Amargura: "vai ficar pra quem?"

"Levanta-se o degredo.
E tira-se a amargura
do fruto azedo"
(Padre Anchieta)

Vôo. Olhos de lince. Presentearam-me com olheiras. Devia ser algum convite...não...era um aparelho que servia para atacar os olhos com veneno...
Mas não vamos comentar isso agora.
Uma vez condenada a pessoa informava aos (talvez) padres qual seria sua religião ou grupo de pertença...ela deveria escolher qual seria o seu fim...
Ela não respondia nunca...mas conseguiu compreender...
Cobranças efetuadas. Mandaram-lhe dizer que o pagamento estava na conta...então a operação para quem estava em "con." era a seguinte...diziam:
-Não pode possuir.
Figura de cruz (comum e simples) ao lado do saldo: o dinheiro desapareceria para a Igreja...
-Eu não sou da Igreja. Não quis...
Se ela dissesse "não aceitei" já poderia esperar por algum ataque de lésbicas - de todas as idades - que lhe passariam a língua com insistência...diante de sua recusa...tortura.
-Vai para onde? (O saldo...)
-Eu sou...
A cruz comum significava também que havíamos matado alguém da Igreja...
Ela saiu. Derrubamos a acusação. Respondemos...respondemos...no sistema...à figura do Juiz...
Apareceu outra cruz, ao lado do saldo: a cruz céltica...depois ela voltou:
-Agora o Sr. matou um céltico? Aonde o Sr. viu pela última vez esse aqui? Ele era um céltico...são eles que vão receber...
-Olha, Mó*, ele andava sempre contigo...a última vez que vi...esse aí...ele tava te paquerando...ele soube que tu eras do Caixa Eletrônico...
-Eu não ando com homem...
-Ele soube também que tu furtavas o FGT/s...e a restituição do Imposto de Renda...
Só pensou...não disse nada disso pra lésbica...ela continuou a interrogar...ele respondeu:
-Não matei ninguém...(só olhando...)
-São eles que vão receber...(os célticos)
O pobre foi reclamar da acusação não-sei-como...continuava sem.
Reapareceu depois... a continuava por lá...agora ao lado do que lhe  pagaram (lhe deviam) apareceu a figura de uma baiana...
-Matou alguém lá no terreiro? Vai tudo para o terreiro...
-Não!
Foi falar para o delegado que não...era importante...nesse tempo não  morava aqui...ele...o gato moreno... só andava com as loiras...até que encontrou uma Viúva...ouviu falar...o tal do bancário...não tinha nada a ver com isso...tinha um fraco por loiras...dançou por aqui mesmo...
Voltou lá. A Mó* - disseram - tinha ido ao Terreiro...não se sabia que horas ela voltaria...E agora?
Falou com outro.
-Agora o Sr...tô vendo aqui...declarou que é do Rock?
-Foi...eu sou... roqueiro...
-Fica tudo para a Fundação Jimi Hendrix? Tem uma figura dele ao lado do seu saldo...vai pra lá...
-Olha...não matei nenhum roqueiro...(com lágrimas nos olhos...)
Era esse o lance da "con.", finalmente. Figuras não paravam mais de surgir e ele sem...
Para a traficante Frígid*, ganhava "con." o pessoal que havia faturado: os premiados; os que ganhavam sempre; os de sorte; os talentosos; os que realizavam grandes conquistas...os que eram figuras notáveis em seus campos de trabalho...era coisa da máfia mesmo...
Foi isso. Ninguém matou.
E a máfia nos inseria sempre em algum tipo de "salvação"...




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