Foto 11: "Pássaro". P.I.G.S., Rio de Janeiro, 2008. |
Uma cantiga de amor se mexendo,
uma canoa no porto a cantar,
um pedacinho de lua nascendo
uma cachaça de papo “pru” ar.
(Rui Barata)
uma canoa no porto a cantar,
um pedacinho de lua nascendo
uma cachaça de papo “pru” ar.
(Rui Barata)
Tem que querer não ter raízes e cair no mundo comigo. Tem que querer vencer e ser grande. Tem que querer. Tem que querer não ter identidade, cair ou subir. Dançar conforme. Ser autêntico. Ter-me em adoração. Tem que querer-me como única. Tem que ser o companheiro de aventuras. O ombro amigo. O equilíbrio e a loucura. A lucidez e a razão quando necessárias. ...
Mas hoje a incerteza me toma e tudo parece fugir de minhas mãos. Não sou nada. Não sinto nada. Estou desabrigada e a tempestade pode apagar todas as pegadas da história, minha e do mundo. Como sair desse covil? Como retomar o curso das estrelas, a luz e o otimismo, tudo nos esmaga e somos apenas humanos e vamos retornar todos ao pó. Ao nada primordial.
Existimos e ninguém tem certeza de nada. Tudo ilusão, como pode alguém pensar que possui a verdade? Mentira, retórica. Estamos todos a caminho e abrindo clareiras no mato, cegos, surdos e mudos. Porque perdemos a mensagem essencial.
Para onde então?
Quem nos salvará das dissoluções e das promessas não-cumpridas deste dia sem fim que se esparrama sobre nós? Todo o peso do mundo me esmaga hoje e não sou ninguém. Apenas um ser indo contra tudo, enfrentando essa carga pesada sem saber porque está tendo que enfrentar esse peso todo. Ok, quem sabe...amanhã, a leveza.
21/05/03 19:22:41
Nenhum comentário:
Postar um comentário