"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida".
Querias abrigo na sombra e o ar te sufocava tanto que querias correr até que o peito arfasse e tivesses o coração leve... e livre – finalmente libertado da angústia. Mas por que procuraste? Procuraste e achaste o que estiveras procurando por anos a fio... tanto desejaste que o astral mudo acabara te ouvindo e atendendo ao teu pedido... mas diante do que reconheceste como verdadeiro tesouro tiveste medo, como todo mortal, e a vontade foi de correr por horas sem parar até que todo o peso passasse e com isso recuperarias o à vontade e a naturalidade diante do teu desejo... mas era impossível...tudo fazias e quanto mais fugias mais o desejo se impregnava em ti, como um tigre às costas... e aí já não sabias se corrias ou se te voltavas para trás, para olhar – fascinado - o que querias, o que desejavas, o que procuravas. Num ímpeto de coragem até foste olhar para a esfinge mas sem colocar nenhuma questão e quase paralisado de medo, fizeste o teu jogo, e tudo foi por água abaixo... não havia chegado o momento, não tiveste o lampejo de coragem necessária para desafiá-la e ganhar a partida. Toda esfinge precisa de um enigma. Bastava que estivésseis completamente seguro de ti e de tuas decisões – inteiro. Aí sim colocarias a questão, ela perceberia a questão posta, toda inteira, e te admiraria... talvez até se fascinasse e assim terias introduzido a mudança nesse jogo... mexendo uma peça tudo aconteceria de outra forma... olhando-te e certificando-se de sua firmeza ela seria incapaz de te impedir os avanços e com isso abriria todos os portais que desejasses e tivésseis o direito. Porque o tesouro está lá, o seu, basta saber entrar. Mas o homem virou menino, enrubesceu, pediu socorro, olhou para os lados e saiu correndo...
Qual animal amedrontado, foge até agora. 7/9/2004 17:57:11
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