quinta-feira, 6 de agosto de 2009

AXÉ


AXÉ
“Horácio, horácio,
há mais mistérios entre o céu e a terra
do que sonha sua filosofia...”
(Shakespeare)


Chegada ao estado do silêncio dos peixes...de vem em quando um ou outro olho fica mareado...e o corpo só diz água e a respiração se torna pelas brânquias: são os amigos do fundo que vem lhe buscar e ficam ao lado achando que ela ao fundo pertence e ao fundo deve voltar. Em maresia, então chama a Terra – axé – e tudo se transforma: parece que os orixás vêm dançando e modificam a energia intrusa, transpassam-lhe a alma e curam-lhe as feridas mal-cicatrizadas e, ainda, levam embora a substância venenosa recém-introjetada em seu corpo (sem permissão).
Dançando freneticamente e de modo guerreiro entoam o Yorubá e ainda obrigam o visitante inoportuno a ir embora, de volta para o seu lugar. Ela volta a respirar, o coração rebate, e então recupera o sopro vital. Entoa cânticos. E continua em Terra, pois afirma ao elemento da direita que Axé é vida, alegria, amor, luz....direito ao ser grande e inteiro.
Então o encantado pula de volta na água e vai sem Ela.
Mas ele é um curandeiro em sua tribo. Dar-lhe o bálsamo era a sua missão.

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